Pular para o conteúdo

GET

O cinema para a alteridade

Diego Leonardo Santana Silva
Pós-doutorando no PROFHISTÓRIA/UFS
Doutor em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro
Integrante do Grupo de Estudos do Tempo Presente (GET/UFS/CNPq)

Foto: iStock/Divulgação/Educa SC

O cinema é uma das formas de arte mais presentes em nosso tempo. Seja por meio dos cinemas físicos, da televisão, da internet, nos celulares e em outros recursos, o acesso ao conteúdo audiovisual por nossa parte vem se tornado cada vez mais comum. O vídeo explica, chama atenção e se tornou um dos principais instrumentos de comunicação de nossa época. Por essa razão, seu uso em sala de aula vem crescendo e se faz cada vez mais necessário.

Ao longo dos anos, filmes acabaram se tornando marcas. Alguns foram tão assistidos que se tornaram espaços de memória e referência. Assistir a filmes é também uma prática social, um momento de permanecer juntos consumindo o mesmo conteúdo. Algo diferente do que é feito na internet na qual as pessoas consomem conteúdos personalizados através das telas de seus smartphones. O filme é peculiar e, mesmo sendo o mesmo filme, quando ele é assistido de novo, nossas percepções se afloram. Filmes são interpretados e reinterpretados anos, às vezes décadas depois de serem produzidos, o que demonstra a capacidade de dialogar com a época em que foram produzidos e com a posteridade.

O cinema tem o poder de entreter e emocionar. Por essa razão, essa forma de arte pode contribuir para algo tão necessário no processo educacional atual, que é ensinar para a alteridade. Em uma época em que a intolerância ganha espaço, temos que nos colocar no lugar do outro e trabalhar a sensibilidade para combater a desumanização com a qual os menos favorecidos são obrigados a conviver. Nisso, histórias ficcionais e reais transmitidas por meio do audiovisual possuem o potencial de aflorar a alteridade em cada um de nós. O filme deve ser consumido e problematizado, o que nos leva a necessidade de um letramento audiovisual. Afinal, como analisar de maneira crítica aquilo que consumimos?

Sendo assim, o uso de filmes em sala de aula é um recurso valorizado e cada vez mais utilizado por professores, sendo incentivado pelos parâmetros educacionais. Não é à toa que olhar projetos de reconstrução historiográfica faz uso da produção de documentários e filmes, produzindo conteúdo audiovisual devido à sua facilidade de consumo e absorção pelos estudantes. Por essa razão, temos que fazer uso do filme em sala de aula para a construção de uma educação cidadã e democrática.

Originalmente publicado em: https://infonet.com.br/blogs/getempo/o-cinema-para-a-alteridade/ em 06/03/2025


Postagens Relacionadas

A educação contra o feminicídio e o transfeminicídio

A educação contra o feminicídio e o transfeminicídio

Elayne Messias Passos Licenciada em História pela UFS. Doutora em Antropologia pela UFBA.Assessora d…

80 anos depois

80 anos depois

Maria Luiza Pérola Dantas Barros Doutoranda em História Comparada (PPGHC/UFRJ)Integrante do Grupo de…